
Nossos sonhos, em tempos de quarentena!
Em tempos de pandemia nos sentimos sufocados, com aquela sensação de tempo suspenso, parado. Parece que mundo desacelerou, sossegou para algumas coisas e hiperacelerou para outras.
Essa sensação gera para todos nós uma grande ansiedade. Sabe aquela impressão como se estivéssemos em um mar revolto e a força das ondas batem em nosso rosto com tanta força que mal conseguimos respirar ? Queremos sentir o ar entrando em nossos pulmões, mas com a velocidade como tudo acontece, temos a percepção de que tudo está escapando ao nosso controle. E como gostamos de controlar tudo ! Hoje só queremos pensar e não estamos conseguindo…ufa !
Assombrados com a velocidade das mudanças que a pandemia nos impôs, temos dificuldades para fazermos o mais simples: observar. Observamos o mundo e a nós mesmos, e não conseguimos, pois temos inseguranças, aflições e angústias.
Se ontem a nossa realidade era repleta de sonhos, hoje estamos cansados de debater as incertezas. Temos ainda, com a ajuda do relógio, a facilidade para perceber a noção do hoje, do dia e da noite. Mas, e o amanhã? Nem a folhinha, e nem a agenda do celular está ajudando nessa tarefa.
Queremos parar e olhar o entardecer, mas não estamos alcançando essa plenitude, pois o espanto e o sufocamento do tempo nos afligem e não sabemos para onde olhar…
Precisamos parar…parar de verdade ! Inspirar e expirar devagar…hiperventilar o cérebro para ele funcionar melhor, colocar as ideias em ordem, levantar a cabeça e seguir em frente com calma.
Olhar esse mundo que estava tão doente, por conta de nossos descuidos, de nossos desequilíbrios e pensar no que é possível contribuir para a melhoria de todos nós.
Temos que nos esforçar e olhar para as nossas vidas. Olhar para dentro de nós mesmos, nos enxergarmos, redescobrir nossa família, nossos amigos, nossos vizinhos, nossos parceiros, nossos amores. Redefinir sonhos e perceber que as pequenas coisas são, de fato, as mais belas.
Sempre tivemos a sensação de correr atrás do tempo e ele sempre a fugir, e daí reclamávamos a sua falta.
Quando paramos e nos perguntamos a razão para tudo isso estar ocorrendo em nosso planeta percebemos que este mar revolto e agitado pode se transformar sim, em um oceano de tranquilidade, de sossego, de pausa e tudo se equilibrar.
Tudo isso pode ser uma grande oportunidade de mudança para melhor, só depende de nós.
Quando concebermos que o tempo corre a nosso favor e não contra nós, isso nos trará liberdade e uma grande e verdadeira autonomia emocional.
Hoje temos o conforto sobre o tempo, talvez como nunca tivemos em nossas mãos. Podemos senti-lo nas batidas de nosso coração, no piscar de nossos olhos…Vamos viver hoje, como se não houvesse amanhã, já dizia o poeta.
Vamos viver o tempo com o tempo que ele tem.
Vamos viver a olhar para o próximo. Vamos viver em paz.
Vamos olhar para o entardecer e acreditar que dias melhores virão, com um mundo cheio de possibilidades, cheios de sonhos. Bons sonhos…
Até a próxima !
Adriana Sanged Durante.
Psicóloga Clínica & Professora Universitária
CRP: 46805-2
Graduada em Psicologia / Universidade São Judas Tadeu / SP.
Pós-graduada em Reabilitação Psicológica Hospitalar / Hospital das Clinicas – USP.
Pós-graduada em Neurociências do Comportamento / Instituto Pineal Mind – SP.
Experiência de mais de 05 anos na Saúde Pública atendendo a população em geral através de Unidades Básicas de Saúde em diversos pontos da cidade de São Paulo.
Durante mais de 20 anos realizou atendimento psicoterápico em consultório próprio no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo e desde 2010 adotou a cidade de Jundiaí como moradia e área de atuação profissional. Atuando também como professora universitária, busca colaborar para que os conceitos de equilíbrio emocional se ampliem no universo acadêmico.
Com formação na área de saúde mental, o questionamento sempre me acompanhou ao longo desses anos de atividades profissionais (públicas e privadas) exercidas com o intuito de ajudar as pessoas. As numerosas experiências em consultório – boas muitas e surpreendentes outras tantas – acabaram dilatando meu desejo de contribuir nesse perpétuo processo de assimilação e repartição de conhecimentos que é a experiência humana, e como resultado, surgiu a presente oportunidade.